Monday, August 08, 2005

Eu e o mar

O mar esta bem perto, a dois passos de mim, mas hoje, nao sei porque nao me basta o mar, o que me causa uma solitaria e subita estranheza. Digo solitaria porque as pessoas ao meu redor passeiam pela areia, mergulham nas ondas sulfurosas, brincam, bebem, brigam, beijam-se, abraçam-se,sorriem, e para elas a manha de domingo eh um interminavel piquenique, um ritual de alegria. Coisa esquisita essa, nao eh a primeira vez que acontece comigo. Uma estupida indiferenca, uma bovina pasmaceira diante do mar, sentidos embotados e sou apenas uma coisa amorfa, ansiosa, plena de vazios.Ate a morena que passa se balancando, nao me atiça nenhum desejo. A cerveja que bebo em goles lentos tem um suave gosto de cicuta. Depressao serah ou somente um tedio absoluto diante de tudo, diante de mim ? Nao tenho as respostas mas as imagino. Uma garotinha sardenta me sorri da mesa ao lado e desperta-me uma vontade embriagadora de ouvir Chet Baker, comer um sorvete de flocos, ver um filme de Francis Coppola, montar na moto para encontrar e beijar a boca virgem e timida da minha alma outra metade. Quem sabe escrever um poema que começasse assim: tristeza eh uma linda arqueada que as vezes ao meu corpo fica. Desejos estranhos me perpassam como se eu fosse viver para sempre. texto de Airton Monte, estuprantemente adaptado por mim.

1 Comments:

Blogger Ivy said...

gostei de tudo o que li =D
aprendi uma expressão nova...
eu acho que a gente nem vai chegar a dividir uma bovina pasmaceira viu?!
heueheueh
=****

7:28 PM  

Post a Comment

<< Home